Rebelião dos Muçulmanos Negros no Brasil.
Malês: escravos muçulmanos na cidade de Salvador.
A revolta dos Malês pode ser compreendida como um conflito que deflagrou oposição contra duas práticas comuns herdadas do sistema colonial português:
(1) a escravidão e;
(2) a intolerância religiosa.
Os revoltosos, cerca de 1500, estavam muito insatisfeitos com a escravidão africana, a imposição do catolicismo e com a preconceito contra os negros. Portanto, tinham como objetivo principal à libertação dos escravos. Queriam também acabar com o catolicismo (religião imposta aos africanos desde o momento em que chegavam ao Brasil), o confisco dos bens dos brancos e mulatos e a implantação de uma república islâmica.
Comandada por negros de orientação religiosa islâmica, conhecidos como malês (o termo “malê” é de origem africana (ioruba) e significa “o muçulmano”), essa revolta ainda foi resultado do desmando político e da miséria econômica do período regencial.
Com o deslocamento do eixo econômico-admininstrativo do Brasil para a região sudeste e as constantes crises da economia açucareira, a sociedade baiana do período tornou-se um sinônimo de atraso econômico e desigualdade socioeconômica. Além desses fatores, devemos também destacar que as prescrições religiosas incentivadas pelas autoridades locais promoveram a mobilização desse grupo étnico-religioso específico.
A Revolta dos Malês ocorreu na cidade de Salvador (província da Bahia) entre os dias 25 e 27 de janeiro de 1835 onde anos antes da revolta, as autoridades policiais tinham proibido qualquer tipo de manifestação religiosa.
Logo depois, a mesquita da “Vitória” – reduto dos negros muçulmanos – foi destruída e dois importantes chefes religiosos da região foram presos pelas autoridades.
Os negros islâmicos que exerciam atividades livres e eram conhecidos como negros de ganho (alfaiates, pequenos comerciantes, artesãos e carpinteiros). Apesar de livres, sofriam muita discriminação e perseguição[i] por serem negros e seguidores do islamismo.
Em função destas condições, encontravam muitas dificuldades para ascender socialmente.
No dia 25 de janeiro, festa religiosa de N. Sra. da Guia, comemorada pelos portugueses, uma festa religiosa na cidade Bonfim esvaziaria as ruas de Salvador dando melhores condições para a deflagração do movimento. Naquela mesma data, conforme a tradição local, os escravos ficariam livres da vigilância de seus senhores. Entre os ideais defendidos pelos maleses, damos destaque à questão da abolição da escravatura e o processo de africanização de Salvador por meio do extermínio de brancos e mulatos.
Mesmo prevendo todos os passos da rebelião, o movimento não conseguiu se instaurar conforme o planejado. A delação acionou um conflito entre as tropas imperiais e os negros malês. Sem contar com as mesmas condições das forças repressoras do Império, o movimento foi controlado e seus envolvidos punidos de forma diversa.
Apesar de não alcançar o triunfo esperado, a Revolta dos Malês abalou as elites baianas mediante a possibilidade de uma revolta geral dos escravos.
Por Rainer Sousa Graduado em História - Equipe Brasil Escola
[i] A perseguição religiosa, que constitui um caso extremo de intolerância, consiste no maltrato persistente que um grupo dirige a outro grupo ou a um individuo devido à sua afiliação religiosa. Usualmente, a perseguição desta natureza floresce devido à ausência de tolerância religiosa, liberdade de religião e pluralismo religioso.
Perseguição, neste contexto, pode referir-se a prisões ilegais, espancamentos, torturas, execução injustificada, negação de benefícios e de direitos e liberdades civis. Pode também implicar em confisco de bens e destruição de propriedades, ou incitamento ao ódio, entre outras coisas.
As religiões de matrizes africanas foram criminalizados durante longo período da história e até hoje continuam sendo perseguidas.
O Dia Contra a Intolerância Religiosa é celebrado em 22 de janeiro.
eu achei riiiiiiiiidiiiiiiiiiiiiiicuuuuuuuuuuuloooooooooo
ResponderExcluirVoce é uma inresponsavel ,não sabe o que fala
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