quarta-feira, 18 de abril de 2012

60 ANOS – O PERSONAGEM HOJE SOU EU.

Demorou, menos tempo do que eu pensava, confesso, mas, inicio neste 18 de abril uma nova década de vida!

Meu sentimento? De incontida alegria.

Nos últimos dias tenho assistido das minhas memórias um filme da minha vida. Lembro-me da Vila Guarani, no Jabaquara, local semi-rural há sessenta anos atrás, dos vizinhos, das famílias amigas, dos meus pais que se encontraram na mesma Vila Guarani e que se tornaram “parentes”, das ruas de terra, córregos, muito verde, uma enorme quantidade de campos de futebol, das minhas brigas na rua – como apanhei com esse tamanhico, sem irmão para me defender e uma marrudice de gigante, enfrentava quem fosse, aqueles grandões de um metro e vinte ou gigantes de um metro e meio e, então, era surrado ou corria, e como!

Corria tanto que nesse filme que estou assistindo, me recordo que passei a competir na rua (dar uma volta no quarteirão) e depois no bairro, associação de moradores, na igreja etc. e quase sempre ganhava.

Ah! O filme agora é da chegada na igreja, foi junto com a ida para o primário na Escola Pestalozzi – escola particular em São Judas (chique né?) – onde fiz a primeira comunhão, entrei na Cruzada Infantil, fui coroinha, congregado mariano, um pequeno beato.

No ginásio estadual Miguel Roque novos amigos. Bom não vai dar pra contar tudo, afinal são 60 anos.

Na Vila Guarani, de hoje, continuo tendo grandes amigos. Muitos, infelizmente, partiram e cá entre nós estou comemorando essa data na expectativa de que ainda demore muito para reencontrá-los seja lá onde estejam.

Outros se mudaram e alguns poucos decidiram esquecer suas raízes.

Eu não estou aqui firme. Trabalhei em duas grandes empresas VASP e Metal Leve e das duas, de onde me desliguei tem mais de trinta anos da primeira e mais de vinte da segunda, ainda tenho muitos amigos com quem compartilho alegrias, lembranças e encontros de famílias. Um grande barato.

Mas conheço muita gente mesmo é do movimento social e da minha ação política.

No filme que estou assistindo, quando tento me lembrar de todos é simplesmente impossível. O HD que já não é dos mais modernos após 60 anos, coloca-me uma série de nomes e imagens de pessoas infindáveis. Que legal.

É certo que muitos foram e serão sempre marcantes, outros nem tanto, mas são amigos e companheiros de épicas jornadas. PMDB, PSDB, passeatas, manifestos, medo das prisões da ditadura, convenções, uma profusão de lembranças: o Grupo Negro da PUC que idealizei e criei com divers@s companheir@s que ainda estão nessa jornada, fui o articulador dos advogados negros que resultou na primeira participação organizada dos nossos profissionais na OAB-SP e que hoje se espraia por todo o Brasil, o Conselho da Comunidade Negra é outro filho pródigo e o SOS-Racismo do Geledés Instituto da Mulher Negra, gestado com aquelas maravilhosas mulheres negras que admiro.

Registro, também, com muita alegria, minha passagem na PUC como estudante a oportunidade que a vida me deu de estudar 1 ano na Universidade do Texas, a minha experiência como professor universitário e da Polícia Militar, onde sei que desempenhei papel fundamental na implantação da cadeira Igualdade Racial e Ações Afirmativas que está modificando a história daquela corporação em relação ao negro e a outros grupos étnicos historicamente discriminados.

Resumindo ainda mais, ou como dizem os novos juristas “em apertada síntese” (se é síntese, precisa ainda ser apertada?) há exatamente um ano cheguei na Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania para chefiar a Coordenação de Políticas para a População Negra e Indígena, um novo desafio que tem me trazido muita satisfação e certamente bons resultados.

Ficou por último quem está em primeiro lugar – a família.

Aos 60 anos a imensa alegria de ser filho da Valdivina e do Hélio e que embora ausentes dos abraços estão presentes na minha lembrança e eterna gratidão. Deram a mim e minhas irmãs Ângela Cristina e Adail Cláudia, além de uma vida simples, porém, com estrutura econômica e de caráter moral indiscutível.

A Família

Bodas de Prata dos meus pais Hélio e Valdir. 
Eu e minhas irmãs Ângela Cristina e Adail Claudia.


Minha companheira Nilda, responsável pelo meu equilíbrio
 
e abaixo com meus três filhos Clodoaldo, Carolina e Layla, além do meu pai e minha irmã Claudia, que sempre me trouxeram alegrias e orgulho de ser pai deles.

 Estou nas nuvens com minhas duas netas Jamila (a maior filha do Clodoaldo) e Malika (o bebê filha da Carolina).

  este é o meu núcleo central. Não podem me faltar nunca!
 
Em paralelo e muito importantes meus avós Benedito e Benedita, tias, tios, prim@s e sobrinh@s.

É assim, SESSENTÃO de felicidade e prazer. Um abraço a tod@s.

Arruda

terça-feira, 3 de abril de 2012


DEMÓSTENES – a sina de ser um vendido.
(*384 a.C - + 322 a. C)

Demóstenes foi um proeminente orador e político grego da cidade de Atenas.

Com enorme eloqüência demonstrava a capacidade intelectual da antiga Grécia, a política e a cultura até hoje referencias no mundo todo.

Demóstenes aprendeu retórica estudando os discursos dos grandes oradores antigos.

Demóstenes, o grego, é sobre ele que estou escrevendo, era órfão desde os sete anos, teve a sua herança roubada por quem o cercava, era muito gago e começou a sua brilhante trajetória de orador aos vinte e sete anos fazendo muitos exercícios para superar essa deficiência.

Sua vida como orador e político foi dedicada à defesa de Atenas que se via ameaçada por Filipe II da Macedônia, contra quem Demóstenes escreveu inúmeros discursos que ficaram conhecidos como Filípicas.

O objetivo era conclamar os cidadãos atenienses e arregimentar forças contra a Macedônia antes que fosse tarde demais.

Após 335 a.C., Demóstenes vê decair tanto sua reputação quanto influência.

Demóstenes, o tal da reputação ilibada, grande tribuno, autor de discursos contundentes descobriu-se ter sido comprado por um ministro de Alexandre e facilitar sua fuga de Atenas.

Aquele homem honesto, probo, defensor da moralidade, da ficha limpa, dos escravagistas gregos exploradores de homens e mulheres escravas, foi preso por ser um VENDIDO.

Qualquer semelhança com algum Demóstenes que por acaso você tenha ouvido falar juro, te juro mesmo, que é mera coincidência.


Encerro essa homenagem a Demóstenes, o grego, pedindo que ouçam o grande orador e filósofo brasileiro – Bezerra da Silva interpretando - Os Federais Estão te Filmando.