segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Mulher de verdade.

LÉLIA – A INTELIGÊNCIA E A FORÇA DA MULHER NEGRA
  

Aqui captada na lente do artista da imagem Januário Garcia


Lélia Gonzalez, fantástitca mulher negra intelectual, nasceu em 1º de fevereiro de 1935 na cidade de Belo Horizonte.

Filha de um ferroviário negro e mãe de origem indígena empregada doméstica era penúltima de dezoito irmãos, vindo em 1942 para a cidade do Rio de Janeiro.

Graduada em História e em Filosofia, aprofundou estudos nas áreas da Antropologia, Sociologia, Literatura, Psicanálise, da teoria da estética,da Cultura Brasileira, além de ter-se dedicado profundamente à Ciência, Cultura e História africanas.

Professora de ensino médio no Colégio de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira (UEG, atual UERJ), no perído da ditadura militar, fez de suas aulas de filosofia espaço de resistência e crítica político-social, marcando definitivamente o pensamento e a ação de seus alunos.

Seus escritos e palestras, atuando contra o racismo e outras formas de discriminação, contribuíram para a formação acadêmica e cidadã de muitos dos que com ela conviveram, considerando que atuou nas universidades brasileiras por mais de 30 anos, até seu falecimento.
Por reconhecimento de sua competência, foi eleita chefe do Departamento de Sociologia, da PUC/RIO

Como intelectual, Gonzalez elaborou pontos importantes para o desenvolvimento de um pensamento político negro e feminino/feminista. A sua formação nas ciências sociais, História e Filosofia lhe permitiu pensar a questão racial sob diversos aspectos, igualmente enriquecidos pelo seu envolvimento com o Candomblé e a Psicanálise. Foi com base nesta que Lélia abordou questões diferenciadas na compreensão da condição das mulheres negras na sociedade brasileira, aplicando conceitos de Freud e Lacan para avaliar aspectos presentes na cultura brasileira que são sintomáticos do racismo e do sexismo.

Um outro ponto de destaque no conjunto da sua obra foi a formulação da categoria da “amefricanidade”, que serviria para definir a experiência dos descendentes de africanos tanto no Brasil como em outra parte das Américas, destacando as elaborações culturais, como a linguagem, por exemplo.

Entre seus diversos escritos destacam-se os livros “Lugar de Negro”, Editora Marco Zero, 1982 (com Carlos Hasenbalg), “Festas Populares no Brasil”, premiado na Feira de Frankfurt. As demais referências da produção de Lélia Gonzalez são papers, comunicações, seminários, panfletos político-sociais, partidários, engajados, sempre de muita reflexão.

Lélia Gonzalez é fundadora  do Movimento Negro Unificado (MNU); do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras do Rio de Janeiro (IPCN-RJ)); do Nzinga Coletivo de Mulheres Negras; do Olodum e foi conselheira na primeira composição do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), de 1985 a 1989.

Lélia Gonzalez, morreu de problemas cardíacos aos 59 anos no dia 10 de julho de 1994.


4 comentários:

  1. Conheci Lélia no início dos anos 80 através de um amigo meu que hoje mora em Brasilia. Eu era bem jovem; mas me lembro da figura marcante e forte daquela mulher. Boas lembranças!

    Mario Cortes

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  2. Gostei muito da matéria...Postei no meu blog e citei o teu portal como uma das fontes! Fantástico!

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  3. Gostei da matéria,vou me aprofundar na história dessa gloriosa mulher.

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