segunda-feira, 14 de março de 2011

Abdias do Nascimento.



Abdias do Nascimento nasceu em 14 de março de 1914 em Franca SP.

Militante da luta contra a discriminação racial e pela valorização da cultura negra foi ator, diretor e dramaturgo. Fundou o Teatro Experimental do Negro – TEN, que atuou no Rio de Janeiro entre 1944 e 1968 que foi a primeira companhia de teatro negra do Brasil.

Abdias Nascimento e Léia Garcia  - Teatro Experimental do Negro

A inspiração da criação do TEN foi uma viagem ao Peru e assiste ao espetáculo O Imperador Jones, de Eugene O'Neill, no qual o personagem central é interpretado por um ator branco tingido de negro. Refletindo sobre essa situação, comum no teatro brasileiro de então, propõe-se a criar um teatro que valorize os artistas negros.

A militância política de Abdias do Nascimento começa na década de 1930, quando integrou a Frente Negra Brasileira, em São Paulo.
Alista-se no Exército, e na capital de São Paulo participa da Frente Negra Brasileira. Participa das Revoluções de 1930 e 1932, na qualidade de soldado. Combate a discriminação racial em estabelecimentos comerciais em São Paulo.
Participou da organização do 1º Congresso Afro-Campineiro, com o objetivo de discutir formas de resistência à discriminação racial. No início da década de 1940, Abdias foi estudar teatro em Buenos Aires por um ano e quando voltou ao Brasil, em 1941, foi preso por um crime de resistência, anterior a sua viagem. Detido na antiga penitenciária do Carandiru, fundou o Teatro do Sentenciado com um grupo de presos que escrevem e encenam os próprios textos.
No Rio de Janeiro, com o apoio de uma série de artistas e intelectuais brasileiros, inaugura o Teatro Experimental do Negro - TEN, em 1944, com a proposta de trabalhar pela valorização social do negro por meio da cultura e da arte.
Entre 1948 e 1951 foi editor do jornal Quilombo, órgão de divulgação do grupo e de notícias de outras entidades do movimento negro.
Nesse período também realiza a Conferência Nacional do Negro, em 1949 e, o 1º Congresso do Negro Brasileiro, em 1950.
Em 1961, publica o livro Dramas para Negros e Prólogos para Brancos, compêndio com peças nacionais que tratam da cultura negra, entre elas as montadas pelo TEN.
Perseguido pela ditadura militar Abdias parte para o exílio no exterior em 1968 e ao retornar retoma a atividade política elegendo-se Deputado federal (1983-86) e depois Senador da República (1991-99). Suplente do Senador Darcy Ribeiro, assumiu a cadeira no Senado, representando o Rio de Janeiro pelo PDT em dois períodos: 1991-1992 e 1997-99, tendo ocupado também cargos no executivo como Secretário de Estado no Rio de Janeiro da Secretaria Extraordinária de Defesa e Promoção das Populações Afro-Brasileiras (SEAFRO) (1991-1994).
Secretário de Estado de Direitos Humanos e da Cidadania, Governo do Estado do Rio de Janeiro, 1999. Coordenador do Conselho de Direitos Humanos (1999-2000).
O GRUPO NEGRO DA PUC e ABDIAS DO NASCIMENTO.
Muito embora não conste no site oficial do Abdias, não posso deixar de anotar que durante o período em que ainda se encontrava no exterior e atentamente acompanhado pelo Regime Autoritário que imperava no Brasil, nós do Grupo Negro da PUC/SP, em maio de 1978, abrimos o auditório da PUC para que Abdias do Nascimento proferisse uma palestra sendo esta a sua primeira manifestação pública que ele fez em solo brasileiro depois de ter deixado o País em 1968.
Veja mais sobre Abdias em http://www.abdias.com.br/

Um comentário:

  1. Òtima leitura!

    Estranho não estar no site oficial dele esse sua nota. Afinal, foi algo em data marcante (momento de seu retorno), em lugar politicamente importante e organizado/realizado por um grupo de resistência.

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