sexta-feira, 8 de julho de 2011

HAMILTON CARDOSO
Jornalista e ativista


Se num blecaute em São Paulo, as fotos de Nova York se repetirem ninguém deve se assustar. Afinal um negro imita o outro, numa louca e frenética (como o soul) procura de seus ancestrais mortos nos pelourinhos da vida e nas organização das histórias(...).

Hamilton Bernardes Cardoso nasceu em Catanduva, SP em 10 de julho de 1953.

Segundo filho de quatro irmãos, cresceu na Capital Paulista e tinha muito orgulho de ter estudado no Colégio Caetano de Campos onde começou a entender as desigualdades raciais. 

Formou-se em jornalismo tendo estudado na Faculdade Casper Líbero e na Metodista de São Bernardo do Campo.

Foi um dos principais articuladores do Movimento Negro Unificado lançado em 7 de julho de 1978 nas escadarias do Teatro Municipal de São Paulo, levando políticos, estudantes , trabalhadores e intelectuais a se engajarem na luta contra o racismo no Brasil e no enfrentamento da ditadura militar.

Excelente profissional trabalhou como repórter especializado de polícia no Diário Popular, ex-repórter do Povo do SBT, TV Cultura e jornal Versus, mídia alternativa dirigida por Marcos Faerman, onde Hamilton teve publicados os seus trabalhos mais marcantes sobre a questão racial na histórica seção Afrolatinoamérica.

Representou o Brasil em vários encontros de organizações e partidos políticos da África, Caribe, Europa e EUA, na Inglaterra onde proferiu uma série de palestras.

Foi consultor de Comunicações da OAB e do Instituto da Mulher Negra, Geledés e co-fundador da revista Lua Nova/Cedec.

Em 1981, no Brasil, criou a revista Ébano, e organizou, junto com o dançarino Ismael Ivo, a passeata anti-racista do silêncio no campus universitário da Universidade Federal da Bahia – UFBA, durante a SBPC de Salvador, onde foi proferir a palestra O NEGRO NOS MEIOS DE COMUNICAÇÕES.

Em 87 participou como co-autor, do livro Movimentos Sociais na Transição Democrática, editora Cortez, organizado por Emir Sader.

Organizou, em 1991, na serra da Barriga, em União dos Palmares, a Missa dos Quilombo

Após um atropelamento, no dia 1 de maio de 1988, Hamilton não se recuperou plenamente, pondo fim à própria vida, anos mais tarde.

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3 comentários:

  1. Salve. Hamilton foi um dos responsáveis pela minha iniciação/formação negra, juntamente com Vanderlei José Maria e Neuza Maria Pereira, os quais sobre ambos pouco ou nada se fala... Tenho os três como a minha Trindade Griot e os olhos estão marejados em ver o Mestre. Peço licença a Elis Regina: Agora ele é uma estrela ao lado de Vanderlei nesta constelação quilombola, onde brilha ilustres guerreiros e guerreiras, cujos nomes não ouso citar para não cometer lapsos e/ou injustiças...

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  2. Meu Deus! Que saudade!
    Conheci o Hamilton em 1974, juntamente com todo o Grupo de Teatro Evolução, na cidade de Campinas.
    E aí se deu minha iniciação na militância negra.
    Como uma vez militante, sempre militante prossigo nesta caminhada em busca do sonho de uma sociedade mais justa e igualitária.
    Me considero orfã do Hamilton, ele faz muita falta.

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  3. Preciso de alguém que conheceu Vanderlei José Maria para realizar um trabalho sobre o movimento negro e a história de muita gente que caiu no esquecimento. POde ajudar?

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