terça-feira, 20 de dezembro de 2011

CESÁRIA ÉVORA
A Diva dos pés descalços


Era conhecida como “a diva dos pés descalços”.

O pai Justino da Cruz tocava cavaquinho, violão e violino. Quando jovem foi viver com sua avó, que havia sido educada por freiras, e assim acabou passando por uma experiência que a ensinou a desconsiderar a moralidade excessivamente severa.

Desde cedo, Cise, como era conhecida pelos amigos, começou a cantar e a fazer aos domingos na praça principal da sua cidade, acompanhada pelo seu irmão Lela, no saxofone. Mas a sua vida está intrinsecamente ligada ao bairro do Lombo, nas imediações do quartel do exército português, onde cantou com compositores como Gregório Gonçalves.


Aos 16 anos, Cesária começou a cantar em bares e hotéis e, com a ajuda de alguns músicos locais, ganhou maior notoriedade em Cabo Verde, sendo proclamada a "Rainha da Morna" pelos seus fãs.

Aos vinte anos foi convidada a trabalhar como cantora para o Congelo - companhia de pesca criada por capital local e português.

Em 1975, ano em que Cabo Verde conquistou a independência, Cesária, frustrada por questões pessoais e financeiras, aliados à dificuldade econômica e política do jovem país, deixou de cantar para sustentar sua família. Durante este período, que se prolongou por dez anos, Cesária teve de lutar contra o alcoolismo. Igualmente, Cesária chamou a esse período de tempo, os seus Dark Years.

Encorajada por Bana (cantor e empresário cabo-verdiano radicado em Portugal), Cesária Évora voltou a cantar, atuando em Portugal.

 Delicie-se com a maravilhosa interpretação do seu grande sucesso Sodade.


Em Cabo Verde um francês chamado José da Silva persuadiu-a a ir para Paris e lá acabou por gravar um novo álbum em 1988 "La diva aux pied nus" (a diva dos pés descalços) - que é como se apresenta nos palcos. Este álbum foi aclamado pela crítica, levando-a a iniciar a gravação do álbum "Miss Perfumado" em 1992. Desde então fixou residência na capital francesa. Cesária tornou-se uma estrela internacional aos 47 anos de idade.

Em 2004 conquistou um prémio Grammy de melhor álbum de world music contemporânea. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, distinguiu-a, em 2009, com a medalha da Legião de Honra entregue pela ministra da Cultura francesa Christine Albanel.

Aprecie a belíssima cantora na conhecida Besame Mucho em uma de suas últimas apresentações em julho de 2011.


Figura adorada entre os amantes da world music, a “Rainha da Morna” foi a grande responsável pela popularização do ritmo convergente que utiliza de instrumentos acústicos no acompanhamento de letras que remetem ao trovadorismo português. Curiosamente, a morna lembra mais estilos europeus e latino americanos do que africanos. Até por isto, é um estilo considerado nobre em Cabo Verde.

Foram 24 álbuns gravados por Évora, que ganhou inclusive um Grammy de world music em 2004, por seu disco “Voz D´Amor”. Ela veio algumas vezes ao Brasil, tendo sido a última delas em 2008, quando fez shows em São Paulo.

Em setembro de 2011, depois de cancelar um conjunto de concertos por se encontrar muito debilitada, a sua editora, Lusafrica, anunciou que a cantora pôs um ponto final na sua longa carreira.

Morreu no dia 17 de Dezembro de 2011, com 70 anos, por "insuficiência cardiorrespiratória aguda e tensão cardíaca elevada". As portas de sua casa estavam abertas até o último momento.

 Casa de Cesária Évora em Mindelo, sua cidade Natal onde faleceu dia 17 dez. 2011.











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