quinta-feira, 26 de julho de 2012

Seedorf
 

A primeira derrota no Brasil

 Não é o que o título pode sugerir na primeira leitura. Meu blog não passará a ser um espaço de comentário sobre o futebol o que poderia parecer pelo título desta postagem e pela derrota do time do Botafogo na estréia de Seedorf no último domingo.

A derrota a que me refiro é a da negação da sua Pátria, do seu país de nascimento pela imprensa brasileira.

Seedorf não é holandês de nascimento, ele nasceu aqui, na América do Sul, ao norte do Brasil, vizinho ao Pará num país de negros chamado Suriname.

Seedorf é um dos grandes jogadores do Mundo, além de um craque de futebol, uma pessoa muito educada, cordial e acima de tudo disciplinada. Em mais de 800 (oitocentas) partidas de futebol que jogou, nunca foi expulso. Agora no Brasil acho difícil que isto se mantenha conhecendo o nosso “racismo cordial”, logo um desses muitos incompetentes do apito o colocará para fora para entrar na história.

Voltando ao tema desta postagem, Seedorf nasceu no Suriname, antiga Guiana Holandesa um país que já foi uma possessão holandesa e que se tornou independente em 1975, portanto, quando Seedorf nasceu em 1 de abril de 1976, já nasceu em um país livre, da América do Sul e não é um europeu como a branca imprensa do Brasil quer fazer dele.

 
O surinamês Seedorf não esquece as suas origens e tem um grande projeto social na cidade de Paramaribo, sua cidade natal e Capital do Suriname.

 Paramaribo Suriname Tropical Images
 
 at Paramaribo market  Images 

A imprensa brasileira, especialmente a dos grandes veículos, talvez seja a única que tem duas cores, uma conhecida no jargão jornalístico que é conhecida como “imprensa marrom” que é aquela que superdimensiona os fatos (e que sob esse aspecto não se aplica o qualificativo “marrom”, felizmente, a grande maioria que é independente) e a outra é a branca onde tudo que é negro e de boa qualidade se transforma em branco, ainda que tenha que se forçar a barra como a de transformar um surinamês em europeu.

Outro contundente exemplo é o Papa Benedito XVI – homenagem ao santo São Benedito – que viveu muitos anos na Itália, mas nasceu na antiga Abissínia, portanto, negro, e que aqui no Brasil ao virou Bento XVI que é outro santo, todavia branco.

Aqui no Brasil não existe nenhum órgão de imprensa que chame o alemão Joseph Alois Ratzinger – seu nome de batismo – em Benedito XVI. Como São Benedito é negro e muito louvado pelos negros e também pelos brancos em todo o Brasil, decidiu-se que aqui em Terra de Pau Vermelho – o Pau Brasil – ele é Bento.

Vale a pena ler o artigo sobre a revista Crescer da editora Globo publicado no blog: http://eracilada.blogspot.com.br/2012/07/crescer-e-suas-criancas-brancas.html -  para conhecer o caráter discriminador das nossas publicações.