sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Avenida Fechada – Carnaval de 2012, 2013...

Hoje começamos mais um período de festas Momescas. A idade pesa, porém, basta olhar a tristeza das ruas das cidades e ouvir os pancadões que nos infernizam com “música?” de péssima qualidade, em automóveis, que ironicamente se parecem mais Trios Elétricos do que meio de transporte e uma enorme fuga da realidade com grande parte das pessoas saindo em viagem para ter saudades dos bons e verdadeiros carnavais.
O fenômeno não é novo e, talvez, viva nesta fase, a sua crise mais aguda. Desculpem os mais religiosos, mas, Deus queira que o que digo seja a verdade e que isto logo acabe e voltemos a ter Carnaval no Brasil.
Tanto não é novo que em 1973 o grande Elton Medeiros, que recentemente chegou aos 80 anos, compôs a música que resume o meu sentimento sobre a atual “Festa de Momo”.

Clique aqui ouça e reflita.http://www.vermutecomamendoim.com/2010/08/disco-da-semana-elton-medeiros-1973.html

  Bom Carnaval!!!


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

OS OITO BATUTAS



Formado em 1919, foi um dos grupos musicais mais importantes para a divulgação da música brasileira nas primeiras décadas do século XX. Organizados por Pixinguinha, então diretor musical já respeitado, os Oito Batutas tocavam choros, maxixes e batuques nos salões da elite e na sala de espera do aristocrático cinema Palais, no Rio, que andava vazia desde a epidemia de gripe espanhola do ano anterior onde até então apenas pequenas orquestras se apresentavam, tocando valsas, polcas e operetas.

Muitos foram os protestos dos que consideravam um escândalo um grupo de música popular com quatro componentes negros tocando em um cinema de elite. O sucesso do grupo, no entanto foi imediato e a sala de espera do cinema Palais passou a encher diariamente com admiradores querendo ouvir as apresentações do grupo.

No final de 1919, empreenderam uma viagem aos estados de Minas Gerais e de São Paulo onde na estréia apresentaram o espetáculo "Uma noite no sertão" no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. No dia seguinte, exibiram-se no aristocrático Automóvel Clube. Apresentaram-se ainda, entre outras, nas cidades de Santos e Campinas. No início de 1920, além de visitas a cidades do interior de Minas Gerais, tornaram a se exibir em São Paulo, sempre com muito sucesso. Nesse ano, apresentaram-se no Rio de Janeiro no Teatro São Pedro na revista "Flor tapuia", de Alberto Deodato e Danton Vampré. Também no mesmo ano, exibiram-se para os reis da Bélgica no piquenique da Tijuca, oferecido pelo governo brasileiro.

Contando sempre com a genialidade musical de Pixinguinha, em 1922, o grupo embarcou para Paris a partir de um convite do dançarino Duque para se apresentare na capital francesa. A viagem foi patrocinada pelo mecenas carioca Arnaldo Guinle.
Mais uma vez por racismo a viagem do grupo à Paris provocou protestos de alguns que viam nessa iniciativa um acinte à música brasileira, mas em território francês, o sucesso do grupo foi total.

O seu retorno mostrou a influência da tourné com arranjos no estilo jazz-bands e acrescentaram ao repertório fox-trots, shimmys, ragtimes e outros ritmos.
Uma nova viagem internacional, agora para a Argentina, onde o grupo obteve novo êxito e gravou vinte músicas na gravadora Victor da Argentina do qual destaco o choro Urubu que mostra o virtuosismo de Pixinguinha. Ouça.


As músicas gravadas na ocasião foram: os sambas "Até eu!" de Marcelo Tupinambá; "Falado" de João Tomás; "Já te digo" de China e Pixinguinha e "Meu passarinho" de China; os maxixes "Ba-ta-clan" de A. Treisleberg; "Graúna" de João Pernambuco; "Lá vem ele" de J. G. Oliveira Barreto; "Não presta pra nada" de J. Bicudo; "Pra quem é?", de J. Bicudo; "Tricolor" de Romeu Silva; os choros "Caruru" de João Tomás e Donga; "Três estrelinhas" de Anacleto de Medeiros e "Urubu", de Pixinguinha; o tanguinho "Até a volta", de Marcelo Tupinambá; as polcas "Lá-ré" de Pixinguinha; "Me deixa serpentina!" de Nelson Alves e "Nair" de A. J. de Oliveira; o samba-maxixe "Se papai souber" de Romeu Silva, e as marchas "Vira a casaca!" de J. Carvalho e "Vitorioso" de Gaudio Vioti.

Sua formação mais constante foi com: Pixinguinha – flauta; China – voz, violão e piano; Donga – violão; Raul Palmieri – violão; Nelson Alves – cavaquinho; José Alves – bandolim e ganzá; Jacó Palmieri – pandeiro; Luís de Oliveira – bandola e reco-reco; João Tomás – bateria; J. Ribas – piano.

Em 1927 o grupo se dissolveu definitivamente deixando uma grande contribuição para a música brasileira embora, curiosamente, apesar de todo o sucesso alcançado, somente tenha deixado registrado os discos gravados para a Victor na Argentina. Essas gravações foram reeditadas em 1995 pelo selo Revivendo no CD "Oito Batutas" com as vinte gravações originais.

A influência dos Oito Batutas está estampada nessa homenagem de Zé da Velha e Silvério Pontes


Fontes:
http://cliquemusic.uol.com.br/artistas/ver/oito-batutas
http://www.dicionariompb.com.br/oito-batutas/dados-artisticos