segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Festas? Quem articula contra nós não pára.

A exemplo de Zumbi, nosso grande herói, quando comandava o Quilombo dos Palmares, não podemos deixar de vigiar atentamente os passos dos nossos inimigos.
Em meio às festas de Natal e Ano-Novo eis que não, senão de repente, do nada, o Estadão (O Estado de São Paulo) em pleno dia 27 de dezembro, publica um artigo – Titulação quilombola: inconstitucional ou ilegal? – assinado pelo advogado Cícero Alves da Costa
(http://www.estadao.com.br/opiniao/) contra os interesses de titulação das Comunidades Quilombolas.
O citado advogado é vice-presidente da Comissão de Assuntos Agrários da OAB-MS, seção de Dourados e atua como defensor de interesses de fazendeiros daquela região contra os Povos Indígenas e Negros que, milenarmente os primeiros e secularmente os segundos, ocupam áreas do Território Nacional e que há poucos anos vem sendo objeto de especulação econômica de latifundiários cuja única preocupação é ampliar infinitamente as suas produções de soja e de gado na região.
Muita gente pode achar que um artigo nesse período em que há um verdadeiro recesso nacional pode não ter importância. Não é verdade!
Acontece que os Ministros do Supremo Tribunal Federal que contam com uma eficiente assessoria receberão, no retorno de suas férias, os recortes (clipping) com um conjunto das principais notícias de interesse daquela Suprema Corte e este, pela ausência de outras notícias, chamará a atenção.
Acontece que por iniciativa do DEM – Partido Democrata, o STF julgará ao longo de 2011, uma Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADIN, onde os Democratas objetivam cancelar o Decreto 4.887 de 20 de novembro de 2003, que regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos de que trata o art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, da Constituição Federal. (conheça o decreto http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2003/d4887.htm).
                                                                                                   
Então, não é por acaso que exatamente nesta semana em que todos estão preocupados com as festas de Natal e Ano-Novo e com a posse dos novos governantes, o influente jornal paulista publicou o artigo assinado pelo causídico mato-grossense, que em síntese é o mesmo que ele assinou tempos atrás em duas matérias encontráveis na internet, só que naquela oportunidade, dirigidas diretamente contra as populações indígenas.

Nesse momento é importante ressaltar algumas coisas e tomar como tarefas:
1)      Vamos vigiar atentamente os passos dos nossos inimigos – não são adversários os que querem na força bruta e em desrespeito a Constituição do Brasil, mais uma vez, excluir os negros dos seus direitos, adversários tivemos na Assembléia Nacional Constituinte e foram democraticamente vencidos com a inclusão do artigo 68 das Disposições Constitucionais Transitórias que reconhece o direito da titulação das terras.

Vamos nos manifestar enviando cartas, e-mails, ao jornal O Estado de São Paulo exigindo o mesmo espaço para um artigo que defenda opinião diferente dessa hoje publicada através do e-mail forum@grupoestado.com.br ou fax 11 3856-2940

2)     Vamos exigir do PSDB nacional, um posicionamento firme, contrário, a Ação de Inconstitucionalidade proposta pelo DEM.

Essa ação é uma violência a toda população negra brasileira e a memória do relator da Constituição Federal – MÁRIO COVAS – que de pronto, não só atendeu a essa reivindicação do Movimento Negro, mas a defendeu com garra para que fosse incluída em nossa Carta Constitucional.

3)     IMPORTANTÍSSIMO: vamos engrossar o número de assinaturas na petição online, escrita pelo renomado intelectual Boaventura de Sousa Santos, Professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, endereçada ao Presidente da Suprema Corte Brasileira, que é o relator do processo Ministro César Peluso, pela manutenção da validade do Decreto 4.887/2003.

Para assinar o “abaixo-assinado” clique no link http://www.petitiononline.com/quilombo/petition.html passe a divulgá-lo pela internet para as pessoas da sua lista para que também a assinem

Informe-se mais sobre o assunto lendo diversos artigos publicados na internet. Eu recomendo este para iniciar: http://global.org.br/programas/o-direito-a-propriedade-e-a-titulacao-de-terras-quilombolas/

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Morre Quércia. Comunidade Negra perde um aliado.


Morreu nesta manhã, véspera de Natal, o ex-governador Orestes Quércia que durante a sua vida política foi um importante aliado da Comunidade Negra em sua atividade político partidária.


No PMDB onde tive a oportunidade de conhecê-lo mais de perto, ao lado de Franco Montoro, Mário Covas, Fernando Henrique Cardoso, Chopin Tavares de Lima entre outros, sempre apoiou as ações da nossa articulação política instalada naquela agremiação denominada – Frente Negra de Ação Política de Oposição – FRENAPO, que teve atuação destacada e diversos dos seus integrantes em cargos importantes da administração pública estadual na gestão do Governador  Montoro e na Prefeitura de São Paulo cujo prefeito era Mário Covas.

Foi um dos principais apoiadores da indicação e nomeação do Professor Milton Santos para Administrador Regional da Freguesia do Ó.

Governador do Estado, nomeou o primeiro Secretário de Estado Negro em São Paulo, Oswaldo de Oliveira Ribeiro, inicialmente para a Pasta dos Assuntos Fundiários e depois para a Secretaria de Relações Sociais.

Nesta última eleição, candidato ao Senado em coligação conosco, foi fiel companheiro das candidaturas Serra e Alckmin e parceiro de Aloysio Nunes a quem indicou como seu candidato após afastar-se do pleito para tratar da sua saúde.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

ONU: 2011 – Ano Internacional para Afrodescendentes

Em mensagem à Assembleia-Geral, Ban Ki-moon diz que o evento pretende reforçar o compromisso político para erradicar a discriminação.
Erradicar a discriminação
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
As Nações Unidas lançaram, no dia 10 de dezembro em Nova York, o Ano Internacional para Descendentes de Africanos.
Num discurso, o Secretário-Geral, Ban Ki-moon explicou o objetivo do evento, que será marcado em 2011.

Erradicar a discriminação.

Segundo ele, o Ano Internacional tentará fortalecer o compromisso político de erradicar a discriminação a descendentes de africanos. A iniciativa também quer promover o respeito à diversidade e herança culturais.

Numa entrevista à Rádio ONU, de Cabo Verde, antes do lançamento, o historiador guineense Leopoldo Amado, falou sobre a importância de se conhecer as origens africanas ao comentar o trabalho feito com quilombolas no Brasil.

Dimensão

"Esses novos quilombolas têm efetivamente o objetivo primordial de fortalecer linhas de contato. No fundo restituir-se. Restituir linhas de contatos, restituir aquilo que foi de alguma forma quebrado, aquilo que foi de alguma forma confiscado dos africanos, que é a possibilidade de reestabelecer a ligação natural entre aqueles que residem em África, que continuam a residir em África e a dimensão diaspórica deste mesmo resgate. A dimensão diaspórica da África é efetivamente larga e grande", disse.

Ban lembrou que pessoas de origem africana estão entre as que mais sofrem com o racismo, além de ter negados seus direitos básicos à saúde de qualidade e educação.

Integração de afrodescentes

A comunidade internacional já afirmou que o tráfico transatlântico de escravos foi uma tragédia apavorante não apenas por causa das barbáries cometidas, mas pelo desrespeito à humanidade.

O Secretário-Geral finalizou a mensagem sobre o Ano Internacional para os Descendentes de Africanos, lembrando a Declaração de Durban e o Programa de Ação que pede a governos para assegurar a integração total de afro-descedentes em todos os aspectos da sociedade.


Ação política no Brasil para o Ano Internacional para Afrodescendentes.

A notícia é alvíssara, a ONU respeitado organismo que congrega quase todas as nações do mundo, mais uma vez, alerta a comunidade internacional da desigualdade que atinge os afrodescendentes.

Observe-se, atentamente, que é o ANO INTERNACIONAL DOS AFRODESCENDENTES o que inclui os africanos e seus descendentes, onde quer que estejam e de qualquer nacionalidade.

É um desafio instigante para nós afrodescendentes brasileiros que representamos a maior população negra fora do continente africano e somos mais da metade da população brasileira.

É um desafio também para os novos governos que serão inaugurados no dia 1º de janeiro e que precisam ter ações efetivas de inclusão de todos os brasileiros.

O Secretário Geral da ONU foi enfático ao afirmar a necessidade do compromisso político de erradicar a discriminação a descendentes de africanos. Não se trata, pois, de mera retórica. Não houve a exclusão de nenhum País do Mundo, portanto, não existe espaço para a aparente igualdade.

É preciso tomar medidas administrativas (políticas públicas) de combate a discriminação e é o que esperamos.

No âmbito dos partidos políticos não será diferente.

Todas as siglas partidárias, especialmente as de oposição ao governo federal, passarão por modificações. As que desejam chegar ao poder, como estamos numa democracia em que o voto popular é detentor da soberania, se quiserem contar com o apoio do eleitor em suas pretensões deverão incluí-lo, desde já, em suas ações políticas.

Os partidos políticos precisam acabar com a invisibilidade dos negros e deixar de "valorizar" a população afrodescendente só na hora do voto.

A resposta a essa indiferença foi constatada na eleição recém terminada.

Também nós afrodescendentes, militantes nos partidos de perfil democrata, de centro-esquerda, precisamos estar preparados e organizados para a colocação das nossas questões dentro dos partidos.

20 /12/ 2001 o Governo FHC instituiu o Programa de Ações Afirmativas do Ministério da Justiça com cotas para negros, mulheres e deficientes.

A propósito do Ano internacional para Afrodescendentes estabelecido pela ONU para 2011, decidi resgatar uma conquista das mulheres e homens negros do PSDB, que dentre as diversas ações de governo, uma que foi fundamental para todas as conquistas que se seguiram, foi a implantação de ações afirmativas com cotas no Ministério da Justiça.

O Presidente Fernando Henrique Cardoso que apoiou a atitude do hoje senador eleito por São Paulo, Aloysio Nunes Ferreira, à época Ministro da Justiça, colocou, naquele momento um basta na intenção de forças conservadoras de qualquer tentativa de reação jurídica contestatória da legalidade das cotas no Brasil.

Que esse marco político e jurídico seja agora considerado para que os objetivos da ONU em 2011 sejam alcançados nos estados onde o PSDB é governo e no Brasil. Leia as considerações e a íntegra da Portaria:

Portaria n. 1156 do MJ, de 20 de dezembro de 2001

O MINISTRO DE ESTADO DA JUSTIÇA, no uso da competência que lhe confere o art. 87, parágrafo único, incisos I e II, da Constituição Federal,

Considerando os padrões internacionais de respeito aos direitos humanos e liberdades fundamentais expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos e os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, o Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, a Convenção Internacional Sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, a Convenção Internacional Sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres, a Convenção nº 111 da Organização Internacional do Trabalho - OIT, que trata da discriminação no emprego e na profissão, e a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência;

Considerando as declarações, plataformas e programas de ação das conferências mundiais sobre direitos humanos (Viena, 1993); desenvolvimento social (Copenhague, 1994); direitos da mulher (Pequim, 1995); e de combate ao racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata (Durban, 2001);

Considerando a institucionalização do Programa Nacional dos Direitos Humanos - PNDH - que prevê a adoção de medidas compensatórias especiais que acelerem o processo de construção da igualdade, sem qualquer discriminação no que se refere a gênero, raça, etnia e condição física ou mental;

Considerando que a ação afirmativa constitui um dos instrumentos de promoção da cidadania e da inclusão social, possibilitando a garantia a todos os cidadãos brasileiros dos direitos consagrados na Constituição Federal e na legislação ordinária, resolve:

Art. 1° Instituir o Programa de Ações Afirmativas do Ministério da Justiça, que tem como objetivo central a incorporação, no cotidiano do Ministério, de um conjunto de medidas preconizadas pelo Programa Nacional de Direitos Humanos, especialmente as referentes à promoção e proteção dos direitos dos afrodescendentes, das mulheres e das pessoas portadoras de deficiência.

Art. 2° Constituem o Programa de Ações Afirmativas do Ministério da Justiça as seguintes medidas administrativas e de gestão estratégica:

I - Com o objetivo de garantir a igualdade de oportunidades, o Ministério da Justiça - MJ, a contar da publicação da presente Portaria, passará a observar, no preenchimento de cargos de direção e assessoramento superior - DAS, requisito que garanta, até o final do ano de 2002, a realização das seguintes metas de participação de afrodescendentes, mulheres e pessoas portadoras de deficiência:

a) - afrodescendentes - 20 % (vinte por cento);
b) - mulheres - 20% (vinte por cento);
c) - portadores de deficiência - 5% (cinco por cento).

II - Os termos de convênio ou parceria celebrados pelo Ministério da Justiça, a contar do mês de janeiro de 2002, deverão incorporar cláusula de adesão ao Programa Nacional de Direitos Humanos, especialmente no que diz respeito às políticas de promoção da igualdade.

III - Nas licitações e concorrências públicas promovidas pelo MJ deverá ser observado, como critério adicional, a ser utilizado nos casos em que a legislação assim o permitir, a preferência por fornecedores que comprovem a adoção de políticas de ação afirmativa.

IV - Nas contratações de empresas prestadoras de serviços, bem como de técnicos e consultores no âmbito dos projetos desenvolvidos em parceria com organismos internacionais será exigida a observância das seguintes metas:

a) - afrodescendentes - 20% (vinte por cento);
b) - mulheres - 20% (vinte por cento);
c) - portadores de deficiência:

- Até 200 empregados - 2% (dois por cento);
- De 201 a 500 - 3% (três por cento);
- De 501 a 1.000 - 4% (quatro por cento);
- De 1.001 em diante - 5% (cinco por cento).

Art. 4º A coordenação do Programa de Ações Afirmativas do Ministério da Justiça ficará a cargo do Secretário-Executivo do Ministério, com as seguintes atribuições:

I - Submeter à apreciação do Ministro de Estado propostas de diretrizes complementares, com vistas à adequada execução do Programa;

II - Estabelecer diretrizes e procedimentos administrativos com vistas a garantir a adequada implementação do Programa, a sua incorporação aos Regimentos Internos dos órgãos integrantes da estrutura organizacional do Ministério e a conseqüente realização das metas estabelecidas no inciso I do art. 2°.

III - Articular, com parceiros do MJ, a estruturação de propostas que promovam a implementação de políticas de ação afirmativa;

IV - Estimular o desenvolvimento de ações de capacitação com foco nas medidas da ação afirmativa para a promoção da igualdade e o acesso à cidadania.

V - Sensibilizar servidores do MJ para a promoção dos direitos humanos, com a conseqüente eliminação das desigualdades de gênero, raciais e as que se vinculam às pessoas portadoras de deficiência;

VI - Trabalhar de forma articulada com os empreendedores sociais e parceiros dos movimentos negros, de mulheres e de pessoas portadoras de deficiência;

VII - Sistematizar os resultados alcançados pelo Programa de Ações Afirmativas do MJ e disponibilizá-los através dos meios de comunicação;

VIII - Fomentar a implementação de medidas estabelecidas nos acordos, tratados e convenções internacionais, que tenham o Brasil como signatário, com vistas à promoção da igualdade de oportunidades;

Art. 5º Fica constituída a Comissão de Avaliação e Acompanhamento do Programa de Ações Afirmativas do MJ, assim composta:

I - Secretário de Estado dos Direitos Humanos, que a presidirá;

II - Representante da Secretaria Executiva;

III - Representante do Conselho Nacional de Combate a Discriminação - CNCD;

IV - Representante do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher - CNDM-, e

V - Representante do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência - CONADE.

Parágrafo Único - A Comissão tem por finalidade apoiar, supervisionar e avaliar a implementação do Programa de Ações Afirmativas do MJ, sugerindo ao Ministro de Estado a adoção de medidas destinadas a garantir a continuidade e a efetividade do Programa, especialmente no que diz respeito ao cumprimento das metas e do cronograma estabelecido.

Art. 6º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

ALOYSIO NUNES FERREIRA

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Francisco de Paula Brito: o 1º livreiro brasileiro morreu em 15 de dezembro de 1861

O primeiro grande editor do Brasil, Francisco de Paula Brito, um negro que se tornou o editor preferido da elite carioca. Sem ele a imprensa e a literatura brasileira não seriam as mesmas.

Brito foi um grande empreendedor que se transformou precursor da imprensa e do mercado literário no país. A historiografia registra que o tipógrafo lusitano Isidoro da Fonseca trouxe o primeiro prelo ao Brasil, Rio de Janeiro, em 1747. Depois a Imprensa Régia em 1808. Contrariando a todos, o comerciante lisboeta Antônio instalou uma tipografia em Salvador, BA, em 1811. O francês Pierre René François Plancher de la Noé, usando o título Impressor Real, colocou a constituição do Brasil império no papel e fundou o Jornal do Commércio. Todos antecederam Francisco de Paula Brito, entretanto, nenhum deles contribuiu de forma definitiva para formação e desenvolvimento da imprensa e literatura do Brasil. Sua loja Tipografia Fluminense de Brito & Cia atuava como uma fábrica de pasquins pois muitos recorriam a seu trabalho para ter seus jornais impressos. Em suas gráficas rodava jornais e pasquins, promovia a discussão sobre literatura.

Tornou-se também o primeiro empresário negro do País e deu início ao movimento editorial brasileiro.

 
A redescoberta de Paula Brito apenas tenta reparar mais uma injustiça quase histórica.

As marcas deixadas por Paula Brito estão em seus jornais, obras que produziu ou patrocinou ou ainda como precursor do conto nacional. Ao olhar para ele se tinha a impressão de fitar apenas um sonhador. Afinal, o número de leitores no país era muito pequeno. Mas como homem a frente de seu tempo que o era, ele apostou e venceu.

O poeta e senador Francisco Otaviano, os ministros Euzébio de Queiroz e José Maria da Silva Paranhos, Barão do Rio Branco, eram algumas das personalidades que frequentavam sua loja. Depois de sua tipografia viria a paulistana Casa Garraux, em 1870, a livraria B. L Garnier, 1860 e 70, e no final do século XIX a livraria José Olympio Editora, em 1930.

Biografia

Nascido no Rio de Janeiro em 2 de dezembro de 1809, era filho do carpinteiro Jacinto Antunes Duarte e de Maria Joaquina Conceição Brito. Desde muito cedo ele enfrentou as dificuldades peculiares da população pobre. Abandonou os estudos ainda cedo para se tornar um 'operário das tintas' tendo executado trabalho como aprendiz na Tipografia Nacional. Seu senso de mercado e de oportunidades compensava sua deficiência escolar.

Em 1827 foi contratado pelo Jornal do Commércio como compositor gráfico. Quatro anos depois, era dono do seu próprio negócio pois adquirira a loja de encadernação de um primo. Em muito breve a Tipografia Fluminense de Brito & Cia tornara-se ponto de encontro de intelectuais e políticos.

Em uma de suas tipografias ele abriu portas para um jovem escritor, Machado de Assis, que na época tinha por volta de 20 anos. Durante anos Machado foi colaborador em versos e prosa e publicando livros nos jornais e revistas do já velho editor.

Em 1832, redige e publica " A Mulher do Simplicio ou A Fluminense Exaltada, jornal que de forma pioneira, busca atrair o público feminino.

 Em setembro de 1833, lança o periódico O Mulato - O Homem de Cor. O jornal durou apenas dois meses, mas neste curto tempo abriu espaço para pessoas negras.

Devido sua posição contrária a escravatura, não foram poucas as tentativas de embranquecer Paula Brito. O preconceito não impediu que ele se tornasse o livreiro preferido da elite carioca e o principal editor de sua época. O editor faleceu em 15 de dezembro de 1861.

Em sua loja reuniam-se Gonçalves Dias, Casimiro de Abreu, Araújo Porto-Alegre, Laurindo Rabelo entre outros. Os romancistas Joaquim Manuel de Macedo e Manuel Antônio de Almeida, o compositor Francisco Manuel da Silva, autor da música do hino nacional brasileiro, deixou uma composição em parceria com Paula Brito " A Marrequinha de Iaiá".

No total, Francisco de Paula Brito lançou 372 publicações, 214 obras de ficção, 100 dramas, 43 óperas, 47 traduções do italiano e do francês e 24 edições de autores brasileiros.
Entre os autores brasileiro, ele lançou o primeiro romance " O Filho do Pescador", de Teixeira e Souza, 1843. Últimos Contos, de Gonçalves Dias, 1851. Também lançou as primeiras peças de teatro legitimamente brasileiras como Antônio José ou O Poeta e a Inquisição; A Confederação dos Tamoios, de Gonçalves de Magalhães, em 1857.


Admirado por sua força de vontade para investir em autores brasileiros, Dom Pedro II, tornou-se acionista de sua tipografia, Dois de Dezembro, inaugurada em 1850. Paula Brito alcançou sucesso ao publicar seus contos nos jornais " O Enjeitado" e A Mãe-Irmã.

(in: http://agenciafm.blogspot.com/2010/04/francisco-de-paula-brito-200-anos.html)

Social democracia se faz com participação.

A social-democracia é uma ideologia internacional de política de esquerda dos que acreditam na transição para uma sociedade mais igualitária através da supremacia da ação política em oposição à supremacia da ação econômica que não respeita o ser humano.
Integram essa corrente de pensamento pessoas, grupos e organizações que acreditam na particpação de todos em busca do bem comum, num verdadeiro processo de inclusão, sem nenhuma forma de discriminação ou marginalização.
O PSDB foi criado com essa filosofia e o alcance desse objetivo, desde o seu primeiro momento, congregou nomes da maior importância e compromisso com as causas das comunidades, como os paulistas Franco Montoro, Mário Covas, Magalhães Teixeira, Lucy Montoro, Serra, José Anibal e figuras nacionais como Fernando Henrique Cardoso, Teotônio Vilela, Tasso Jereissati, Aécio Neves, José Richa, , Ruth Cardoso.
Muitos de nós da Comunidade Negra também chegamos neste momento e continuamos dentro dessa sigla partidária, porque acreditamos que é a única que verdadeiramente pode fazer com que o Brasil seja um País mais justo.
A Comunidade Negra, e outros segmentos do PSDB como Jovens, Mulheres e Sindicalistas, organizaram –se em secretariados buscando inserir dentro do Partido uma discussão mais profunda de temas específicos e obtiveram avanços importantes para cada um deles.
Todavia, no nosso entender, é possível fazer mais. É preciso fazer mais porque, especialmente em relação aos afrobrasileiros, a nossa invisibilidade e exclusão das questões partidárias e das decisões de governo nos locais administrados pelo PSDB ainda é muito grande.
Em diversos campos de atividade é preciso ser organizado para ser incluído e ouvido. Na política isso é especialmente verdadeiro e é o que estamos buscando.
Queremos, e o Brasil precisa, de um PSDB forte, organizado, com a participação e com a possibilidade de serem ouvidos todos os setores da sociedade e a Comunidade Negra, que representa hoje mais da metade da população brasileira, tem que se organizar para participar de forma influente no PSDB.
Vamos aumentar a nossa participação e influência na construção de uma socidade justa, sonhada por todos os que militam e acreditam na Social Democracia.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Parabéns Alaíde , uma das nossas maiores cantoras

Alaíde Costa 08/12/1935
Começou a carreira cantando em programas de calouros infantis nas rádios Tupi, Nacional e Clube do Brasil. Em 1957 gravou seu primeiro disco pela Odeon, "Tarde Demais". Dois anos depois foi procurada por João Gilberto e passou a gravar bossa nova, participando de shows do movimento. Em 1964 obteve grande sucesso no programa O Fino da Bossa cantando "Onde Está Você" (O. Castro Neves/ L. Fiorini), que lhe rendeu contrato na TV Record. De 1966 a 1972 esteve afastada do meio artístico por problemas de saúde, até que em 72 voltou a gravar diversos compactos e LPs com composições de Milton Nascimento, Paulinho da Viola, Carlos Lyra e Vinicius de Moraes, entre outros. A gravação de "Me Deixa em Paz" (Monsueto/ A. Amorim) em dueto com Milton no disco "Clube de Esquina" impulsionou sua volta aos palcos. Em 1988 lançou "Amiga de Verdade", com a participação de diversos músicos. Em 1994 iniciou um trabalho com o pianista João Carlos Assis Brasil, que resultou em um CD ao vivo, lançado em 1995.
Veja o presente que ela nos dá aqui:http://www.youtube.com/watch?v=wh-eSlqi900

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Parabéns Alaíde Costa, uma das nossas maiores cantoras

Alaíde Costa 08/12/1935
Começou a carreira cantando em programas de calouros infantis nas rádios Tupi, Nacional e Clube do Brasil. Em 1957 gravou seu primeiro disco pela Odeon, "Tarde Demais". Dois anos depois foi procurada por João Gilberto e passou a gravar bossa nova, participando de shows do movimento. Em 1964 obteve grande sucesso no programa O Fino da Bossa cantando "Onde Está Você" (O. Castro Neves/ L. Fiorini), que lhe rendeu contrato na TV Record. De 1966 a 1972 esteve afastada do meio artístico por problemas de saúde, até que em 72 voltou a gravar diversos compactos e LPs com composições de Milton Nascimento, Paulinho da Viola, Carlos Lyra e Vinicius de Moraes, entre outros. A gravação de "Me Deixa em Paz" (Monsueto/ A. Amorim) em dueto com Milton no disco "Clube de Esquina" impulsionou sua volta aos palcos. Em 1988 lançou "Amiga de Verdade", com a participação de diversos músicos. Em 1994 iniciou um trabalho com o pianista João Carlos Assis Brasil, que resultou em um CD ao vivo, lançado em 1995.

Veja o presente que ela nos dá aqui: http://www.youtube.com/watch?v=wh-eSlqi900

domingo, 5 de dezembro de 2010

Morreu Nelson Salomé, o deputado negro de Araras

Morreu na madrugada deste domingo (05/12) o médico e ex-deputado estadual Nelson Salomé, aos 79 anos de idade. Salomé estava enfermo desde o final de 2008, vítima de um AVC.
Uma das personalidades políticas mais conhecidas da região de Araras, Salomé fez a sua carreira profissional de médico obstetra e política, na cidade onde foi vereador, vice-prefeito e deputado estadual pelo PSDB
Um homem negro de grandes qualidades que dignificou as atividades as quais se dedicou. Uma grande perda para a Comunidade Negra de maneira geral e de maneira particular para a Militância Negra do PSDB.